As Sebastianas são celebradas, há mais de 125 anos, em honra de São Sebastião, na cidade de Freamunde. A marcha alegórica faz parte do programa das festas desde 1954 e conta com carros alegóricos feitos por voluntários e amigos das festas.
Desde 2010, a marcha tem um tema que serve de mote para a construção dos carros, este ano o tema é Portugal 360º. Ora se a ideia é representar o nosso país, faz todo o sentido um carro alegórico sobre a grande cidade de Freamunde!
Freamunde tem muitos encantos, muitas gentes e muita cultura. Todos os elementos do nosso carro representam a cidade e as suas tradições e importantes figuras históricas da cidade. São imensas as pessoas que devem ser homenageadas e reconhecidas, aqui ficam algumas.
“Toninho”, como era carinhosamente apelidado, começou a trabalhar desde tenra idade. Foi com apenas 7 anos que começou a ajudar a família nos trabalhos do campo.
Foi o grande criador e pioneiro da indústria de marcenaria em Freamunde (e arredores). Fundou A Fábrica do Calvário, um importante marco quer para a industrialização do concelho, quer na formação e especialização do pessoal na área. O seu êxito foi fruto do seu excecional instinto empresarial.
Mais do que um industrial, António Pereira da Costa sempre batalhou pelo progresso e evolução de Freamunde, resultado dessa batalha foi a reabilitação da Associação de Socorros Mútuos Freamundense.
Padre Castro foi, e é ainda hoje, um homem de grande reconhecimento, mas também motivo de alguma controvérsia. O carismático Padre Castro, apesar de ser um respeitado membro do clero, não escondia uma particular paixão secular – o futebol. Foi esta mesma paixão que o levou, juntamente com outros entusiastas deste desporto, a constituir um grupo de futebol local, nasce assim desta forma a 19/03/1933 o clube da nossa Terra, o Sport Clube Freamunde.
Em termos históricos, este é um dos momentos de grande relevo no século XX para Freamunde. Por essa razão a figura do Padre Castro é indissociável da história do clube e por inerência da história de Freamunde, e a sua memória viverá eternamente pelos corações que palpitam pela aquela tão nobre camisola azul e branca.
Uma das personalidades mais respeitadas da sociedade local. O azul sempre foi a sua cor, depois de vestir a camisola do dragão, João vestiu a camisola do Sport Club de Freamunde até aos 42 anos.
Em 1964, na cerimónia das Comemorações do 50.º aniversário da Federação Portuguesa de Futebol, João Taipa recebeu a Medalha de Ouro – Mérito Desportivo. Foi também condecorado, pela Associação de Futebol do Porto com a Medalha de Ouro – Exemplar Comportamento (1964) e com Medalha de Ouro – Mérito Desportivo (1966). Com 27 anos de carreira futebolística, João Taipa foi um exemplo de disciplina e fair play. Um desportista único, um exemplo a seguir, um homem que levou o nome desta terra muito longe.
Nascido numa família de artistas, Fernando não teve como “escapar” ao teatro. Em 1949, foi convidado a representar na Associação de Socorros Mútuos Freamundenses (ASMF) e aí começou a sua ligação ao teatro de Freamunde.
Fernando desenvolveu o grupo cénico no seio da ASMF e tornou-se, rapidamente, uma figura de referência no círculo cultural.
Fundando o Grupo Teatral Freamundense (GTF). Grupo que representa Freamunde, e Portugal, pelo mundo. Fernando morreu a 20 de outubro de 2005, mas será eternamente lembrado como uma das mais notáveis figuras da cultura em Freamunde, e o seu legado será eterno. Sempre será o “homem do teatro”.
Nascido na Gandarela, cedo começou a luta como aprendiz de marceneiro, na fábrica de António Pereira da Costa. Era um homem simples e modesto, mas com um dom para a arte de esculpir. Tinha a capacidade de esculpir tudo o que imaginava, independentemente do material, fosse um pedaço de madeira ou uma simples folha de papel.
Foi com o simples gesto de dar às suas filhas um brinquedo barato, que criou a sua primeira obra. E, desde então, que foi dominando a arte da escultura e da pintura. Não tardou até que o seu nome fosse símbolo da arte popular portuguesa.
Joaquim Dias Veiga de Matos assinava as suas obras como “Quim Bica” e é assim que será eternizado.
Nasceu no ceio de uma família humilde e passou por uma vida de muita luta. Era ainda menino quando foi para mineiro, trabalhava descalço até o sol se pôr. Um ofício que lhe marcou a vida pelos riscos, pela força e pela exigência.
A sua vida nunca foi fácil, mas em momento algum se viram as lágrimas de Quim “Loreira”, mesmo nos tempos mais dolorosos, mesmo quando perdeu o pai de forma inesperada, mesmo quando quase ficou cego. Sempre gostou de viver, alegre e bem-disposto.
Foi um exemplo, amou esta terra como ninguém e merece ser lembrado e homenageado pelas suas gentes.
“Tininha”, como era carinhosamente conhecida, foi uma mulher dedicada ao lar e à família. E, quando falamos em família, falamos da família de sangue, mas também da família Sebastianas.
Por mais de 30 anos que “Tininha” ajudou as Sebastianas, participando nos leilões e, sendo a “cozinheira” de serviço em diversos eventos. Era presença assídua na Santa Luzia, com os típicos rojões. E as suas papas de sarrabulho eram mais conhecidas do que a própria “Tininha”.
A sua generosidade e amor por Freamunde e pelas Sebastianas não tinham fim. Era reconhecido o seu coração bondoso, o seu compromisso com a família e sua contribuição para preservar as tradições.
“Tininha” foi, é, e sempre será uma referência para Freamunde e todos os que conheçam a sua história.
**Os Carros Alegóricos desta Marcha, são totalmente feitos em Freamunde, por grupos de voluntários e amigos das Festas Sebastianas. Obrigado a Todos!
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